A Aids vem se tornando uma doença cada vez mais comum entre as pessoas do sexo feminino. No Recife, em 1987, a cada grupo de 15 pessoas com a doença em 1987, 14 eram homens e 1 era mulher. Em 2006, essa razão caiu de maneira que, a cada três pessoas com Aids, duas são homens e uma é mulher. Esse é um dos dados divulgados no Informe Epidemiológico HIV/Aids da Prefeitura do Recife nesta sexta-feira (30), véspera do Dia Mundial de Combate à Aids. De acordo com o levantamento, 4.852 casos foram registrados desde 1984, ano das primeiras notificações da doença na capital pernambucana, sendo 3.514 entre os homens (72,4%) e 1.338 entre as mulheres (27,5%).
O grupo etário mais atingido é o de 25 a 44 anos de idade, com 3.273 casos registrados, o que representa 70,2% do total. “Isso mostra que a infecção pelo vírus HIV vem ocorrendo na cidade de forma precoce no início da vida sexual ativa e durante a fase economicamente ativa da vida das pessoas”, avalia o gerente de Atenção às DST/Aids da Secretaria de Saúde do Recife, Acioli Neto. A principal forma de exposição entre pacientes com mais de 13 anos é a sexual, com ascensão de casos entre os que se declaram heterossexuais. De 1984 a 1996, o grupo hétero respondia por 31,27% dos casos. Em 2006, esse percentual subiu para 51,13%. Já o índice de portadores de HIV homossexuais caiu no mesmo período de 46,05% para 31,2%, enquanto os registros entre bissexuais passaram de 22,68% para 17,67%.
Entre os pacientes com menos de 13 anos, 96,4% dos casos até 1996 foram devido à transmissão vertical do HIV, ou seja, de mãe para o filho durante a gestação. A partir de 2006, 100% dos casos foram devido a essa categoria de exposição. O município conta hoje com 98% dos seus bairros com, pelo menos, um caso de Aids notificado. Boa Viagem (329), Ibura (191), Cohab (189) e Santo Amaro (161) são as localidades com maior número de casos.
“Além de a Aids estar se tornando cada vez mais comum entre as mulheres e os heterossexuais, as perspectivas apontam que a epidemia no Recife, assim como no restante do Brasil, vem ocorrendo com maior freqüência junto às pessoas mais pobres que residem nas periferias”, revela Acioli Neto. A versão completa do boletim epidemiológico do HIV/Aids vai estar disponível, na próxima semana, no site da Prefeitura, no link da Coordenação Municipal de DST/Aids.
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