|
De segunda (1º) à quarta-feira (03), a Prefeitura do Recife promove a 1ª Mostra Internacional de Cinema e Aids do Recife – Cinema Mostra Aids nos teatros do Parque e Apolo. O evento apresenta um resumo da produção cinematográfica nacional e internacional dos últimos anos em que a questão do HIV é abordada. A proposta é contribuir, por meio da linguagem do cinema, para a reflexão sobre a situação e os rumos da pandemia da Aids no mundo. Ao todo, 17 filmes – entre curtas, médias e longas – estão programados nos três dias, sempre nos horários das 16h, 18h e 19h30. A entrada é franca. A mostra é uma parceria entre a Secretaria de Saúde do Recife, através da Coordenação Municipal de DST/Aids, e a ONG paulista Grupo pela Vidda/SP e conta com apoio da Secretaria Estadual de Saúde.
A abertura ocorre na segunda, às 16h, simultaneamente nos dois cinemas municipais. No Cinema Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista), será apresentado 24º Dia – O Prazo Final (The 24th Day, EUA, 2004, 97 min). Produção independente americana, o thriller de suspense mostra o encontro entre o metrossexual Tom (Scott Speedman) e o aspirante a cineasta Dan (James Marsden). Acreditando que Dan teria lhe infectado no passado, Tom o aprisiona e o ameaça matar caso a suspeita seja confirmada.
No Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife), dois filmes estão programados para o primeiro horário: O Dia em que Meu Deus Morreu (The Day My God Died, EUA, 2003, 70 min) e Jesus Children of América (EUA, 2005, 20 min). O primeiro é um documentário que revela a expansão da Aids entre garotas aspirantes a prostitutas de Mumbai (antiga Bombaim), na Índia. Já o segundo filme é um curta-metragem do consagrado diretor Spike Lee que mostra o preconceito sofrido por uma jovem do Brooklyn (Nova Iorque) que nasceu com o vírus do HIV devido aos pais, usuários de drogas.
Às 19h30 da segunda, a Prefeitura realiza uma sessão exclusiva só para convidados, no Teatro Apolo. Lá, está programada a exibição de Transit (Inglaterra, 2005, 90 min), primeiro longa-metragem produzido pela MTV, em 2005, para a campanha de prevenção entre os jovens no Dia de Luta Contra a Aids. Além disso, haverá um coquetel em comemoração à abertura da mostra, com a presença de Adriano Brandão e Renato de Paula Marin, curadores da mostra e representantes do Grupo pela Vidda/SP. “A realização deste evento se complementa às várias ações implementadas ao longo do Governo João Paulo para garantia dos direitos humanos e respeito às diferenças, além do incentivo à promoção à saúde, prevenção e ampliação do acesso ao tratamento da Aids no Recife, através da Política Municipal de Atenção às DST/Aids”, diz a secretária Municipal de Saúde, Tereza Campos.
Dos filmes programados, um dos mais polêmicos é o controverso O Presente (The Gift, EUA, 2002, 62 min). Dirigido por Louise Hogarth, o documentário revela práticas promovidas por uma parcela da comunidade gay, como a convertion party e o bare backing, para infecção voluntária pelo HIV. Entre as produções nacionais, três filmes foram selecionados: Anjos da Asa Quebrada (2000, 30 min, direção: Jorge Ferreira), que destaca a importância do exame de HIV e sífilis na gestação, Basta um Dia (2006, 40 min, direção: Vagner de Almeida), que aborda a vida de travestis e homossexuais da Baixada Fluminense, e Matraca e o Povo Invisível (2006, 37 min).
Histórico – O Cinema Mostra Aids ocorre, desde 1997, em São Paulo, tendo sido idealizado pelo Grupo pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids São Paulo (Grupo pela Vidda/SP), que atua há 18 anos na luta contra a Aids. Na época, a temática abordada era praticamente a mesma: a descoberta do vírus, o preconceito, a solidão e a morte. Hoje, a Aids vem sendo tratada com mais naturalidade, muitas vezes sendo componente do roteiro ou elemento secundário na história de um personagem, como pode ser visto em algumas das produções da mostra internacional no Recife. A programação completa do evento você confere logo abaixo.
|
|