Guarda-Chuva

Para sensibilizar a população que reside em áreas de risco de morros e alagados sobre a importância da preservação do meio ambiente na redução de acidentes no período das chuvas, a Prefeitura do Recife está instalando, em cinco comunidades da cidade, os Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudec), que passam a integrar as ações do programa Guarda-Chuva. O trabalho, centrado na educação ambiental, procura envolver os moradores para que se transformem em colaboradores da Defesa Civil.

A iniciativa partiu do estudo da experiência de outras capitais que implantaram os Nudec, como São Paulo. No Recife, os Núcleos funcionam como espaço de diálogo e repasse de experiências sobre a difícil convivência em áreas de risco. Coordenados pelas equipes das áreas social e de engenharia da Comissão de Defesa Civil (Codecir) , os Nudec funcionam a partir de reuniões com as comunidades nas Estações do programa Guarda-Chuva ou em associações de bairros. Os Núcleos já foram implantados nas localidades de Jardim Monte Verde (Ibura), Jordão Alto, Alto José Bonifácio (Casa Amarela), Córrego do Curió (Nova Descoberta) e Córrego José Idalino (Guabiraba).

“Quando os moradores estão conscientes da importância da preservação do meio ambiente na redução de riscos, os resultados obtidos são positivos”, afirma Nina Macário, diretora geral da Codecir. Ela explica que pequenos cuidados, como a destinação correta do lixo produzido nas residências, fazem a diferença. “O lixo jogado nas barreiras acumula água e, quando fica pesado, escorrega e arrasta o solo. Jogar sujeira nas canaletas também impede a passagem das águas e atrai transmissores de doenças” ressalta Macário.

Esse exemplo serve também para moradores de áreas planas, que sofrem com alagamento de ruas e transbordamento de canais. O lixo jogado em rios, canais, canaletas, escadarias e ruas causam entupimento de calhas, tubos e galerias, colaborando para que, em dias de grande incidência de chuvas, as regiões fiquem alagadas.

Recomendações para evitar acidentes:

- Não cortar barreira em área já construída, pois pode afetar as casas vizinhas que antes estavam seguras.
- Não construir casas a menos de 5 metros da beira e a menos de 10 metros do pé de barreiras altas.
- Não jogar lixo nas barreiras e em canais e canaletas.
- Não construir a fossa da casa na barreira, pois provoca deslizamento e
traz doenças.
- Não plantar bananeiras, pois possuem raízes curtas e juntam muita água, contribuindo para o deslizamento da terra.
- Não plantar nas encostas, além da bananeira, outras árvores que acumulam água no solo (mamão, coco, jambo, fruta-pão, manga, jaca).
- Não realizar construções irregulares nos canais, rios e drenagens existentes, pois impede o fluxo das águas e causa alagamentos.

Fatores que causam alagamentos:

- Grande acúmulo de areia nas drenagens, devido ao corte irregular de barreiras.
- Aterro nos canais, rios e lagos, impedindo o fluxo das águas.
- Despejo irregular dos esgotos nas drenagens.

O que pode ser feito para evitar o risco:

- Fiscalizar novas ocupações em áreas de risco.
- Evitar cortes e aterros nas barreiras.
- Plantar grama e capim nas barreiras.
- Tirar as bananeiras e plantar árvores de pequeno porte frutíferas, medicinais e de jardim (goiaba, pitanga, carambola, laranja, limão, araçá, pinha, acerola, urucum, jasmim, rosa, leucena, pata-de-vaca, hortelã, cidreira, boldo e capim santo).
- Retirar das barreiras as árvores de grande porte.
- Consertar vazamentos e não deixar que as águas escorram pelo chão.
- Abrir caminhos para que as águas de chuva e servidas sejam conduzidas para as canaletas.
- Limpar as canaletas.

O que pode ser feito para enfrentar situações de risco:

- Sair imediatamente de casa.
- Procurar lugares sem perigo de queda de barreiras.
- Seguir as orientações da Prefeitura.
- Informar os órgãos da defesa civil quando observar situações de risco.
- Solicitar à Defesa Civil a colocação de lonas plásticas nas barreiras.